inaugurado
na galeria de arte da usina cultural energisa em setembro de 2011, com a
mostra, divortium Aquarum, do artista
plástico convidado, josé rufino, o prêmio energisa de artes visuais prosseguirá
durante todo o ano de 2012 com três exposições individuais e quatro coletivas,
que inclui doze artistas selecionados/premiados. a comissão de curadores
brasileiros responsável pela seleção/premiação dos inscritos levou em conta
propostas que apresentassem processos investigativos, atitude reflexiva diante
da produção artística contemporânea e adequação entre conceito e linguagem
utilizados, dentre outros critérios.
as
mostras individuais – com os artistas josé rufino, marlene almeida e sérgio lucena – tem por objetivo reconhecer e referendar a trajetória de artistas
paraibanos, cuja produção alcançou níveis diferenciados de excelência perante
as instituições e o mercado de arte. por sua vez, as mostras coletivas (com
artistas oriundos de várias cidades do país) visam estabelecer uma aproximação
entre artistas que vivem e produzem em diferentes contextos da arte brasileira,
assim como revelar a multiplicidade e complexidade da cena contemporânea de
artes visuais.
esta
terceira coletiva, que ora se apresenta na galeria de arte da usina cultural energisa, será aberta no próximo 15 de agosto com a participação dos artistas julio meiron (sp), márcio almeida (pe) e grupo mesa de luz (df).
julio meiron é mestre em estética e história da arte e bacharel em artes plásticas
com habilitação em escultura, ambos os títulos pela universidade de são paulo-usp. expôs na bienal de santos, na casa da cultura da américa latina, em brasília, no salão de arte de santo andré, onde recebeu prêmio-aquisição, entre outros. participou como artista da primeira turma do atelier amarelo, na capital
paulista. promoveu o projeto expedição francisco para discutir as obras de
transposição das águas do "velho chico". trabalhou em lugares como a
secretaria de estado da cultura, o museu de arte contemporânea e o centro cultural banco do brasil, os três em são paulo. julio meiron vem desenvolvendo trabalhos que transitam pela escultura, desenho,
instalação e demais linguagens. se tradicionalmente uma escultura é constituída
de altura, largura e profundidade, julio meiron enfatiza uma quarta dimensão da
obra, uma dimensão imaterial, que é o tempo. tempo este não só do espectador
percorrer a obra, mas também tempo da memória de quem se coloca diante de um
trabalho de arte. nesta coletiva, o artista apresenta a série absorção (2011). este site specific foi iniciado em 2008, em
uma viagem de barco (transformado em ateliê flutuante) pelo rio são francisco,
em meio às obras da transposição. nesta viagem, o artista acolchoava elementos
do barco e da paisagem, aludindo à absorção artificial das águas. a proposta é
envolver elementos da usina cultural energisa (e outros elementos de “fora”)
com espuma de acolchoamento como forma de trazer o rio “absorvido” para a
galeria, só que não através da engenharia, como pretende o polêmico projeto de
transposição de suas águas, mas através da porosidade da arte contemporânea.
já
o artista pernambucano márcio almeida apresenta a instalação habite-se (2006/2012), que consiste na
ação de fotografar a colocação de obeliscos em determinados locais,
significativos para determinada pessoa ou grupo de pessoas (curadores, artistas
envolvidos na mostra e pessoas comuns) da cidade onde será realizada a
exposição, dois meses antes da realização da mostra que deverão fotografá-los e
enviar as fotos por e-mail, para que possa compor o work in progress. o indivíduo e suas relações com a cidade, a ocupação
e a apropriação dos espaços são algumas reflexões sugeridas pelo trabalho. o trabalho ocupará parte da galeria onde na parede estarão fixadas fotos da
intervenção (50x70cm) e no piso serão expostos os obeliscos, que são
confeccionados em arame de ferro com aproximadamente 40 cm de altura e 10 cm de largura. márcio almeida
nasceu em recife-pe (1963), onde vive e trabalha. realizou exposições individuais:
na galeria renato carneiro campos (museu do estado, recife); no espaço cultural bandepe (recife); na galeria dumaresq (recife); objetos encadernados e outros objetos, no nave-núcleo de artes visuais e experimentos (recife); habite-se,
na galeria amparo 60. coletivas: salão de arte contemporânea de pernambuco
(recife, 1988, 1989 e 1992); vi samap (joão pessoa, 1991); treze artistas em tempos de cólera (espaço quarta zona de arte, recife, 1992).
o grupo propõe a obra remixCIDADE: joão pessoa, apresentada em mídias contemporâneas (vídeo, instalação,
performance). na verdade, trata-se de uma apresentação
de cinema ao vivo, de um retrato da cidade de joão pessoa em que os artistas do
grupo se propõem a desenvolver uma pesquisa de campo, coletando sons e objetos
descartados ou esquecidos da cidade que farão parte de uma exibição de cinema
ao vivo, mostrando assim a percepção dos artistas em relação à cidade e seus
restos. com o olhar estrangeiro, influenciados pela paisagem, pela arquitetura
e pelas pessoas, os artistas de forma intuitiva criarão um inventário de
objetos descartados ou esquecidos que representarão percepções inusitadas de joão pessoa. a partir desta pesquisa, o grupo conceberá o espetáculo, em que os
sons são remixados e as imagens criadas ao vivo.
uma
conversa dos artistas expositores com o público interessado (estudiosos,
estudantes, e professores de artes visuais, por exemplo) sobre processos
criativos está prevista para acontecer, a partir de 15h, na sala vladimir carvalho da usina cultural energisa em 14 de agosto, véspera da abertura da
coletiva, que permanecerá em cartaz até 16 de setembro.